expr:class='"loading" + data:blog.mobileClass'>

Translate

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

a boneca: Okiku




Kikuko, uma garota de apenas três anos de idade, que havia adoecido gravemente. Em agosto de 1932. Seu irmão visitava a cidade de Sapporo, Hokkaido (ilha ao norte do Japão), quando viu uma boneca e comprou-a pensando em dá-la para Kikuko, assim imaginará que sentiria-se melhor. É lógico que a pequenina adorou a boneca, e jamais separou-se dela, nem por um momento. Porém a doença agravou-se mais, e mais, e mais e em janeiro de 1933, Kikuko faleceu.

É costume japonês que no dia da cremação do corpo, colocar os objetos que a pessoa mais gostava consigo no caixão para ser cremado junto ao corpo. Na ocasião, porém, a família no auge da dor da separação de sua filha, esqueceu-se de colocar a boneca junto à menina.
Após a cremação, a boneca que recebeu o nome de Okiku, foi colocada no oratório, ao lado das cinzas de sua dona, onde a família fazia as orações. Com o passar do tempo começaram a perceber que o cabelo da boneca parecia crescer.

Na década de 40 veio a guerra e a família teve que fugir para o interior, deixando a boneca com os sacerdotes do templo Mannenji, que a guardaram juntamente com as cinzas de Kikuko. Com o fim da guerra, a família voltou para sua cidade natal, procuraram pelos seus pertences no tempo, onde perceberam com espanto que os cabelos da boneca não pararam de crescer.

A pedido do irmão de Kikuko, a boneca continuou no templo. A imprensa (como sempre), mostrou o fenômeno, o que chamou a atenção de pesquisadores, para que fosse dada uma explicação científica para o caso, o que não aconteceu até hoje.

 O templo que fica em Hokkaido é visitado por turistas e curiosos que querem ver a fantástica transformação da boneca. Há controvérsias, mas dizem que as transformação são visíveis:


origem da lenda de Okiku:

A investigação na internet japonesa descobriu um texto que investigou a lenda da boneca Okiku publicado em 1962 na revista Takara Jima, número 415 "O Novo compêndio de desmantelamento de casos estranhos da atualidade". Nesse texto, o investigador Sr. Takehiko Koike, estudante de história de fantasmas, descobriu que o jornalista Yutaka Mabuchi foi o responsável por criar a lenda, publicando 2 artigos sobre a boneca, um no ano de 1962 e outro no ano 1968. Dois anos mais tarde, em 1970, um jornal de Hokkaidou praticamente concluiu a criação da lenda.

Abaixo estão os dois artigos escritos por ele de modo resumido:

O 1º Artigo Publicado sobre a Boneca Okiku
Data: 6 de agosto de 1962
Revista: semanário voltado para o público feminino "Shuukan Josei Jishin"
Autor: o jornalista Yutaka Mabuchi
Data de Consagração da Boneca ao Templo Manneji: 1918
O artigo: o jornalista Yutaka Mabuchi diz que visitou junto de um monge, a casa do Sr. Eikichi Suzuki naqueles dias. É atribuído ao Sr. Eikichi Suzuki o primeiro texto sobre a boneca:


No ano de 1918 (Ano 7 do período Taishou), foi realizada na cidade de Sapporo a Exposição Taishou. Durante a exposição, uma boneca foi comprada nas lojas Tanukikoji, para ser presenteada a uma irmã mais nova chamada Kikuko, que havia ficado em casa. A boneca possuía um corte de cabelo em estilo "Kappa", ou seja, um tipo de corte na altura das orelhas parecido com o corte de cabelo channel. Era um modelo até moderno para a época, pois o brinquedo soava quando o peito era pressionado.

Kikuko ficou muito feliz com o presente, tanto que ela brincava todos os dias com a boneca, mas desafortunadamente, no dia 24 de janeiro de 1919, ela falece com a idade de 3 anos vitimada por uma doença. No seu funeral, esqueceram de colocar o objeto de sua estima no caixão e ao encontrarem a boneca mais tarde, decidiram guardá-la junto das cinzas da menininha e consagrá-la no altar familiar.

A família nos seus afazeres domésticos, sempre lembrando da dolorosa perda da manhã à noite, acaba por notar que os cabelos da boneca cresciam com o passar do tempo.
Voltando ao artigo publicado no semanário, quem pediu para o templo abrigar a boneca no ano de 1918 foi o próprio pai do Sr. Suzuki, chamado Joshichi Suzuki.

Agora a história difere radicalmente da contada aqui no Brasil...

O artigo continua e diz que após a consagração da boneca ao templo, o Sr. Joshichi mudou de cidade e seu rastro foi perdido. Quem primeiro percebeu que os cabelos da boneca haviam crescido, foi o monge do templo, quase 3 anos após o brinquedo ter sido guardado em uma caixa. Ele contou que certa noite teve um sonho, onde aparecia o Sr. Joshichi de pé ao lado de sua cama, banhado em suor e pedindo para o monge: "Por favor...Corte os cabelos da minha filha..." O monge então verifica a boneca na caixa e constata que seu cabelo havia crescido consideravelmente.

No entanto o nome da menina nesse artigo não está como Kikuko, mas sim, como Kiyoko. Podemos considerar que a grande mídia na época deveria chamar a boneca por outro nome, baseado no nome verdadeiro da menina. 

O 2º Artigo Publicado sobre a Boneca Okiku
Data: 15 de julho de 1968
Revista:  Revista "Young Lady"
Autor: o jornalista Yutaka Mabuchi
Data de Consagração da Boneca ao Templo Manneji: 1938
O artigo: Nesse novo artigo, consta que na Exposição Taishou, quem comprou a boneca foi Eikichi Suzuki (autor do primeiro relato contado para ele) e é contado o episódio da compra da boneca. Entretanto, a boneca teria sido consagrada ao templo no ano de 1938, pouco antes do Sr. Joshichi Suzuki ter ido trabalhar nas minas de carvão da cidade de Minatochou, região de Mooka na então província de Karafuto.

O monge só descobriu que os cabelos da boneca haviam crescido na primavera de 1955, durante uma grande limpeza do templo. Ou seja, segundo esse novo artigo, ninguém teria percebido que seus cabelos haviam crescido durante 17 anos.

Por fim, o nome Kikuko aparece como o nome da menininha e pela primeira vez aparece o nome Okiku, com a nota sobre o seu nome ter derivado do nome da proprietária.

Este artigo trouxe a data correta da consagração: 1938
A Publicação de 1970
Data: 5 de agosto de 1970
Revista: Jornal Hokkaidou 
O artigo: O Jornal Hokkaidou publicou uma coluna intitulada "A História Fantasmagórica da Boneca Okiku" e o conteúdo é praticamente o mesmo do 2º artigo acima, no entanto, os detalhes foram excessivamente alterados, como por exemplo: "No espaço da manhã à noite, seus cabelos cresciam", uma observação com propositais conotações religiosas.

Pronto, estava criada a lenda da boneca Okiku!

Contradições dos Dois Artigos de Yutaka Mabuchi 

- Primeiro, a história muda muito de um artigo para outro.

- O nome da boneca é diferente. No 1º artigo: Kiyoko enquanto no 2º é Okiku. A Mudança para Okiku poderia ter sido uma tentativa de induzir o leitor a associar o nome com o da personagem Okiku da clássica história de fantasmas japonesa "A Casa dos Pratos". Digite Okiku no Google e o primeiro resultado é um artigo da Wikipédia sobre essa história, e não sobre a boneca. Na verdade o nome da boneca é apenas Kiku (crisântemo em português, originário do nome Kikuko ou criança dos crisântemos). A partícula O, comumente adicionada no início de certas palavras em japonês, quer dizer algo como Honorável.

- Em 1918, não houve uma inauguração da exposição Taishou. A inauguração se deu na exposição de Hokkaidou em comemoração do aniversário de 50 anos de abertura de estradas. Essa exposição foi do dia primeiro de agosto ao dia 19 de setembro de 1918.

- Na província de Karafuto, existia a região de Mooka, mas não existia lugar de exploração de carvão em uma cidade com o nome de Minatochou. Segundo o índice de minas de carvão na Wikipédia, não figura uma região chamada de Mooka. (Apesar de existir a mina de Mooka localizada em Kyuushu, ao sul do Japão...)

- Para aumentar a credibilidade, a história que passa no período Showa (1926-1989), foi colocada como sendo do período Taishou (1912-1926). 

- A parte do relato em que o pai da menina aparece em sonho ao monge, é um clichê forçado e batido de história de fantasmas.

Somos obrigados a concluir que os dois artigos escritos por Yutaka Mabuchi carecem de credibilidade. 

Outra coisa é que o semanário "Shuukan josei jishin", onde foi publicado o 1º artigo, sempre foi um depósito de artigos de fofocas...Só para terem uma ideia, o título sem noção do artigo no semanário era: "Oh! Essa voz era a de um fantasma...".



ta mais como o cabelo cresce?

Na investigação, descobrimos que de fato os cabelos da boneca Okiku cresceram! Aliás, acontece com muita frequência de cabelos de bonecas aparentemente crescerem ou aparentem ter crescido!

Como explicar esse fenômeno? 

A boneca Okiku é um modelo Ichimatsu e no passado, se tornaram o brinquedo preferido de meninas, abundando por todo o Japão. Os cabelos utilizados nesse modelo, eram humanos até pouco antes da Segunda Guerra Mundial. (apesar de que mesmo possuindo tecnologia para criar cabelos artificiais hoje em dia, alguns modelos caros ainda utilizam cabelos verdadeiros.) e no caso da boneca Okiku, acredita-se que foram utilizados cabelos de criança para confeccioná-la.

O uso de cabelos humanos com essa finalidade, pode provocar repulsa em algumas pessoas, mas vale dizer que não se trata de cabelos de gente morta. Naquele tempo, para completar a renda, era comum que mulheres vendessem os seus cabelos que eram utilizados em confecções de perucas e também de bonecas.

Acontece que os métodos de produção na época não eram padronizados e eram bastante artesanais, tanto que as bonecas prontas passavam um tempo nos depósitos das fábricas, aguardando o cabelo assentar para serem uma vez cortados antes de comercializá-las. Ou seja, que de uma boneca recém criada para uma boneca que havia passado um bom tempo no depósito, haviam variações aparentes no comprimento dos cabelos, já que não haviam se estabilizado, dando a impressão de que haviam crescido.

Ainda por cima, os fios de cabelo eram aplicados na superfície da cabeça da boneca, em forma de letra U, cuja parte mais profunda desse arco feito com o fio de cabelo, era fixado na cabeça da boneca com um fio de linha, restando soltas as duas pontas.

veja o  cabelo quase ñ cresceu desde de 1965
Com o passar do tempo, o fio se desloca apenas para um lado, criando a visível impressão de que os cabelos cresceram. O "fenômeno" natural, era ainda mais agravado quando meninas penteavam, acariciavam e puxavam os cabelos do seu brinquedo favorito.







A Boca Aberta:

Alguns sites dizem que a boca da boneca abriu ao longo dos anos.  isso não é verdade! A boca sempre esteve aberta. Quando você aperta o peito da boneca, ela emite um som, que sai pela boca  Era uma boneca moderna para a época gente!

Nenhum comentário:

Postar um comentário