outra versão dos japoneses para explicar o motivo de kumo significar tanto aranha como nuvem parecida com "o tecelão de nuvens"
Conta-se que um jovem camponês, chamado Yasoku, estava trabalhando em sua plantação quando viu uma cobra que estava prestes a devorar uma aranha. Sentindo pena a aranha, o camponês pegou sua enxada e enxotou a cobra com ela. A cobra olhou furiosa para o camponês, antes de se rastejar depressa para se esconder.

Alguns dias depois, quando o camponês estava na sua casa, escutou uma voz fina chamando por ele. Abriu a porta e viu uma bonita garota vestindo um quimono vermelho que estava procurando-o. Ela lhe disse:
"Ouvi falar que você está procurando uma tecelã. Será que eu poderia ajudar em alguma coisa?"
Yasoku aceitou prontamente, e indicou-lhe o quarto onde estava o tear e o algodão. A garota fechou a porta e começou a trabalhar. Algum tempo depois, ela entregou oito peças de tecido prontas, o suficiente para fazer oito quimonos. O camponês ficou assutado, por ela ter trabalhado tão rápido, e perguntou-lhe como fazia.
A garota ficou assustada, e disse:
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Yasoku concordou, mas ficou muito curioso. Alguns dias se passaram, e não podendo mais se segurar, deu uma espiada no quarto de tecelagem. Para seu espanto, quem estava tecendo no tear não era a garota, mas sim, uma aranha, que trabalhava rapidamente com suas oito pernas e comia o algodão, e transformava-o em fios. Yasoku olhou mais um pouco, e percebeu que era a mesma aranha de quem ele havia salvado da cobra algumas semanas atrás. Então compreendeu que ela estava grata por ter salvo sua vida, e como recompensa, ela tinha tecido para ele as peças de tecido.
O camponês então foi à cidade, e comprou mais algodão, pois o que a garota usava já estava acabando. Quando estava voltando, parou para descansar, e deixou o pacote de algodão no chão.
Então, um antigo inimigo da aranha entrou no pacote de algodão, sem que Yasoku percebesse, pronto para se vingar.
Yasoku seguiu seu caminho para casa, levando o pacote com o intruso dentro. Quando chegou, deu o algodão à menina, que ficou feliz em recebê-lo, já que havia usado todo o algodão que havia no quarto de tecelagem.
Pegou o pacote, fechou a porta, transformou-se numa aranha de novo e começou a comer o algodão, para transformá-lo em linha. Mal havia comido metade do algodão, uma cobra enorme saltou de dentro do pacote, diretamente sobre a aranha! A mesma que havia tentado comê-la dias atrás. A cobra abriu a boca para devorá-la e mostrou seus afiados dentes. A aranha, assustada, pulou para fora da janela, enquanto a cobra a perseguia. A aranha, por mais que tentasse, não conseguia ir muito rápido, pois estava muito pesada com todo o algodão que havia comido. A cobra não demorou muito a capturá-la. Abriu a boca novamente, e em seus dentes já pingava veneno.
Nesse meio tempo, o Velho Homem do Sol observava a cena lá do céu. Ele sabia o quanto a aranha havia sido bondosa para Yasoku e sentiu compaixão dela. Então, uma coisa surpreendente aconteceu.
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A aranha ficou muito agradecida com a bondade do Velho Homem do Sol, então, usou todo o algodão que havia comido para tecer nuvens fofas, bonitas e macias em retribuição.
Dizem, então, que é por isso que as nuvens são brancas e macias como o algodão, e também é esse o motivo de as palavras em japonês 'aranha' e 'nuvem' serem chamadas ao mesmo tempo de 'kumo'.
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